Na sua opinião há diferença entre o recursos humanos e o departamento pessoal?
Sim, e muitas! Departamento de Recursos Humanos, RH, GRH ou
afins, são as nomenclaturas que se dão ao setor da empresa responsável por
gerir a parte das Relações de Trabalho entre os empregados, patrões e até mesmo
destes para com o público. Por exemplo, o departamento de RH possui algumas
tarefas básicas: Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento,
Pesquisa de Clima e Cultura Organizacional, Criação de Programas de Qualidade
no Trabalho, questões de relacionamento entre funcionários, e etc. Ou seja,
esta é a parte da empresa que é especializada na gestão das relações das
pessoas que compõe o ambiente de trabalho.
O Departamento Pessoal, ou DP,
por sua vez, é a área da empresa responsável pelas questões de legislação
trabalhista, cálculos de admissão, salários, benefícios e demissão, e também da
parte burocrática, como controle de folha de pagamento, controle de ponto, etc.
Infelizmente algumas empresas
confundem as duas áreas e criam setores de DP que acumulam funções de RH, e
vice versa. Essa prática pode se caracterizar por duas maneiras: Pequenas e
médias empresas que não possuem tamanho suficiente para especializar as suas
áreas. Ou grandes empresas que já possuem capacidade para especializar as suas
áreas, mas possuem gestores com conceitos administrativos ultrapassados.
Quanto maior for a empresa, maior
será a necessidade de pessoal especializado para cuidar da parte das relações
entre os funcionários. Por exemplo: Uma empresa que possui 100 empregados tem
maior probabilidade de possuir problemas relacionais entre eles, do que uma
empresa que possui 10. Desta forma, a necessidade de a primeira empresa possuir
um setor especializado nas questões relacionais de seus empregados, e que
trabalhe diariamente estas questões é muito grande.
Mas o que uma pequena empresa que
não tem condições de especializar-se de modo a ter um setor de RH ou DP
definidos pode fazer? O caminho que a maioria tem adotado é da a terceirização
– as questões de Departamento Pessoal são enviadas para agências de
contabilidade e as de Recursos Humanos para as agências especializadas no tema.
Desta forma, muitos pequenos e médios empresários tem adotado a postura sábia
de não tratar de maneira amadora o seu pessoal, comprometendo-se a buscar
sempre o aperfeiçoamento das relações de trabalho. Este tipo de postura é
responsável pela contínua profissionalização empresarial.
É
possível unificar os setores?
Sim, mas a empresa precisa
verificar se isto é viável para a mesma. Questões como o tamanho da estrutura
empresarial, demanda de tarefas, quantidade de pessoal responsável pela área
devem ser levadas em consideração. Algumas perguntas são importantes para
entender isso: Quantas pessoas entram na empresa por mês? Quantas são
demitidas? A empresa possui a necessidade de constante treinamento de pessoal?
Já existem políticas claras em relação ao processo de recursos humanos, cargos,
salários e benefícios? Existe programa de socialização de novos membros da
empresa? Existe programa de qualidade de vida no trabalho? Qual tarefa é
necessária para melhorar a relação de trabalho entre os funcionários de modo a
tornar o ambiente mais produtivo?
São muitas as perguntas, mas o
que deve ficar bem claro é: Haverá tempo para que um departamento unificado
realize estas funções e verifique todas estas questões de modo a respondê-las
ou corrigir as falhas decorrentes delas? Esse ponto é chave: É necessário que o
departamento seja efetivo, pois não adianta tentar economizar em funções ou
salários e ter um departamento ineficiente.
Outra questão é: Há pessoal
habilitado para as duas funções? Geralmente quem se habilita com formação para
o RH é o psicólogo ou o tecnólogo em recursos humanos, e na área de DP o
contador, administrador ou técnico em departamento pessoal.
Resumindo: As rotinas e funções de ambos os
departamentos são muito diferentes e as formações exigidas também. Se uma
empresa quiser ser exigente com a qualidade de seu crescimento deverá
preocupar-se com estas questões, de modo a ter pessoal cada vez mais
especializado. Neste sentido, preocupar-se em determinar bem as funções da
empresa são essenciais, de modo a valorizar o empregado. Apesar de existirem
profissionais polivalentes no mercado, o que é uma prática não muito comum, é
mais comum encontrar especialistas que desempenhem seu trabalho com maior
primor em uma área somente.
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